segunda-feira, 14 de julho de 2014

Dica de Filme:O Grande Desafio


O Grande Desafio

Inspirado em fatos reais, O Grande Desafio tem bom roteiro, fotografia, trilha sonora e boa direção de Denzel Washington, que vive o personagem Tolson. Com elenco escorado em veteranos (Washington e Forest Whitaker), mas com boas atuações de novatos, o longa emociona e provoca a reflexão sob vários aspectos, fruto óbvio dos debates, principal matéria prima da trama. Neste filme aprende-se que muitas palavras precisam ser ditas e que deve-se acreditar no seu poder.

Você pode assistir o filme no link a baixo:
 https://www.youtube.com/watch?v=4tJiimHYDe0

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O Mérito da Escrita em meio à Revolução Tecnológica

Uma das maiores " invenções"  da humanidade, sem dúvida, foi a escrita, que surgiu da necessidade de registrar fatos, descobertas, emoções e modos de ver o mundo. A linguagem  escrita é tão significativa que constitui a linha divisória entre a pré-história e a história,  um índice do desenvolvimento do homem. No final do  século XVIII, a Revolução Industrial e seus avanços tecnológicos inauguraram a produção de massa simultaneamente à emergência do operariado que, de um modo ou de outro, intensificou a questão da reificação, segundo Karl Marx, ou seja, a coisificação do ser, a valorização do homem pelo que ele produz , rende, e não pelo que  de fato ele  é. Nesse caso, atendendo às exigências de melhorias, no final do século XIX, é instaurada a escolaridade obrigatória ( pelo menos na teoria) e, assim, a aquisição da leitura e escrita passa a ser instrumento de saber, ao contrário do analfabetismo, sinônimo de fracasso do indivíduo como ser social. Afinal, é pela escolaridade, a priori, que a pessoa pode vir a " ser alguém", ter acesso à cultura e ao poder.
             Isso tudo porque escrever é refletir, entender e descobrir. Trata-se de uma fantástica atividade cerebral e motora: escrever é pensar  num assunto, selecionar as ideias de acordo com o objetivo, transpô-las para o texto com coerência e, por fim, "reescrever", sim, reescrever, pois nenhum texto nasce pronto. Sem procurar ser um escritor profissional, os vestibulandos devem saber bem disso ou qualquer um a que seja determinada tal tarefa. Escrever é , portanto, uma espécie de desafio, um enfrentamento da página em branco e uma aceitação da aventura de preenchê-la, de produzir um todo comunicativo - um texto - para nos aproximar de alguém, de você,  caro leitor. Pode-se,  com isso,  relacionar paradoxalmente a escrita com um ato de isolamento que busca a aproximação entre os seres.
            Hoje, diante desta nova revolução tecnológica, do frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e incessantes estímulos, saltamos textos e imagens e interagimos numa velocidade incrível. Em todo este aparato tecnológico, a escrita encontra um novo nicho, uma nova forma de manifestar-se: com a internet, e-mails, blogs, orkut, twitter, facebook, e toda espécie de ambientes virtuais, as pessoas estão "postando" suas mensagens. Apesar disso, são evidentes os perigos: fragmentação, superficialidade, absoluta falta de consenso ou centro, já que na internet circulam informações como numa grande periferia, onde facilmente seus navegadores se perdem.  Segundo Nicholas Carr, autor do provocativo livro - The Shallows: what the internet is doing with our brains - as novas tecnologias vêm provocando danos a partes do cérebro, relacionadas à inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a sentimentos como compaixão e piedade. Ele critica a leitura apressada, rasa e distraída e o aprendizado superficial, e diz que essa dispersão da atenção vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão.  Paralelamente, Anne Mangen, da Universidade de Stavangers, na Noruega, alerta para a diferença entre teclar e escrever, postulando: "Quando escrevemos com a caneta, os movimentos feitos deixam uma memória motora na região sensorio-motora do cérebro, que nos ajuda a reconhecer as letras e os sentidos. Isso implica uma conexão entre leitura e escrita, e sugere que o sistema sensorial-motor exerce um grande papel no processo de reconhecimento visual durante a leitura".
         É.... a internet , como tudo, tem dois lados, de modo que precisamos conhecê-los para  o melhor aproveitamento. Cada um, de acordo com sua consciência e sabedoria deve saber o limite e acima de tudo não ficar apenas diante dos notebooks, celulares, smartphones, ipads... e realmente procurar diminuir as distâncias com um toque no ombro do conhecido, um abraço no amigo real.
        A escrita tem este poder mágico de registrar e perpetuar nosso pensamento e desejo: o de sermos mais humanos, felizes.
                                                                                                                                                                                        Carla Mano - Profª. de Português e Redação do Mano a Mano Cursos