Imaginar:
ser absoluto
O
escritor brasileiro Monteiro Lobato afirmava que adentrar o mundo de imaginação
da leitura tornava o ser absoluto. De fato, a imaginação, exercitada por meio
da leitura, tira-nos do estado de comodismo e desperta nossa humanidade,
sufocada pelo individualismo e superficialidade presente nesta realidade
social.
Primeiramente, imaginar pode nos demover do
conforto de pensar somente em nosso próprio bem-estar. Ao ler obras como “Vidas
Secas”, atentamos para o sofrimento de personagens desprivilegiadas
socialmente, assim como as pessoas reais cuja miséria anônima observamos com
indiferença. Assim, imaginar a falta de perspectiva até hoje existente
desmerece nossas preocupações fúteis, como consumo e status, e estimula nossa
mudança de valores.
Em
segundo lugar, a imaginação estimula o exercício da cidadania. Imaginar-se no
lugar do outro desperta a empatia, praticamente despercebida em meio à
indiferença nos dias de hoje. A empatia nos leva a enxergar as outras pessoas
como nossos semelhantes e a lutar para que todos usufruamos dos mesmos
direitos. Imaginar, então, nos torna mais conscientes, generosos, mais humanos,
afinal.
Portanto,
o ato de imaginar emancipa nossos pensamentos do lugar-comum representado pelo
egoísmo. Torna-os, dessa forma, menos vazios e superficiais e mais úteis,
humanos e plenos.
Gabriela Wünsch Lopes
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