sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Redação

Imaginar: ser absoluto

            O escritor brasileiro Monteiro Lobato afirmava que adentrar o mundo de imaginação da leitura tornava o ser absoluto. De fato, a imaginação, exercitada por meio da leitura, tira-nos do estado de comodismo e desperta nossa humanidade, sufocada pelo individualismo e superficialidade presente nesta realidade social.
             Primeiramente, imaginar pode nos demover do conforto de pensar somente em nosso próprio bem-estar. Ao ler obras como “Vidas Secas”, atentamos para o sofrimento de personagens desprivilegiadas socialmente, assim como as pessoas reais cuja miséria anônima observamos com indiferença. Assim, imaginar a falta de perspectiva até hoje existente desmerece nossas preocupações fúteis, como consumo e status, e estimula nossa mudança de valores.
            Em segundo lugar, a imaginação estimula o exercício da cidadania. Imaginar-se no lugar do outro desperta a empatia, praticamente despercebida em meio à indiferença nos dias de hoje. A empatia nos leva a enxergar as outras pessoas como nossos semelhantes e a lutar para que todos usufruamos dos mesmos direitos. Imaginar, então, nos torna mais conscientes, generosos, mais humanos, afinal.
            Portanto, o ato de imaginar emancipa nossos pensamentos do lugar-comum representado pelo egoísmo. Torna-os, dessa forma, menos vazios e superficiais e mais úteis, humanos e plenos.



Gabriela Wünsch Lopes